segunda-feira, 17 de setembro de 2012

BENZEDEIRAS INGLESAS E WICCA

Os adeptos da Wicca, que é sem dúvida o maior e mais importante religião Neo Pagã, alegam que suas tradições, rituais e magias, têm vínculo direto com os antigos homens e mulheres “habilidosos”, comuns na Inglaterra do século XIX, que realizavam ‘curas mágicas’, achavam objetos perdidos, etc. (algo similar às populares benzedeiras, que ainda encontramos em algumas cidades do interior no Brasil). Porém:

“Baseado em pesquisa extensiva de folcloristas, Hutton concluiu que as mulheres e homens ‘habilidosos’ que realizavam mágicas para curar, achar objetos perdidos, ou garantir uma boa colheita eram comuns na Inglaterra em todo século XIX. Tais indivíduos eram todos cristãos que iam à igreja e não se consideravam praticantes de uma religião alternativa” (Berger, Leach & Shaffer, Voices of the Pagan Census, University of South Carolina Press, p.11).


observemos que a prática de wicca não é ¨original¨ no sentido mitológico, é algo ¨artificial¨ e inventado por Gardner. Na Inglaterra e em outros locais da Europa, inclusive em Portugal e Espanha, vamos encontrar dessas mulheres ¨habilidosas¨ que não eram necessariamente pagãs( no sentido de não serem católicas).

Na Península Ibérica, esse conhecimento teve infuencia da Magia de São Cipriano e do catolicismo popular intrincado nos saberes do que chamaríamos de ¨benzimentos de dulia¨.

  Ou seja, uma Magia Vernácula presente e que chegou no Brasil. Acontece que em Portugal não apareceu nenhum autor como Gardner que recolheu esse conhecimento e o ¨neopaganizou¨.
  No entanto, esses saberes populares ibéricos também são provenientes de antigas fontes celtas(celtiberos) mesclados regionalmente com outras culturas(árabe, cigana, euromediterraneas).

  Por sua vez, esse ¨caldo¨ foi transplantado para a América Latina continuando um processo multietnico e plural. No Nordeste do Brasil, esse caldo foi uma das raízes do Catimbó primário(hoje praticamente extinto)
e depois influenciou os cultos afros.
Camara Cascudo registrou no seu livro ¨Meleagro¨ sobre isso.

Essa é uma forte raiz da Dulia de Azenha Galega.
 

NEO PAGANISMO, VISÃO CATÓLICA


Wicca e Neo Paganismo Celta

Os adeptos da Wicca e do Neo Paganismo proclamam que suas tradições são as mesmas da antiga religião celta, pré-cristã, das ilhas britânicas.


Apesar de que, em todos os povos, certas tradições antigas passarem de geração em geração muitas vezes sob a forma de folclore, algumas destas tais tradições alegadamente remanescentes da cultura celta, invocadas principalmente pelos praticantes da Wicca, são a reconstituição de termos, noções e práticas do chamado período europeu de caça às bruxas europeu, que basicamente ocorreu entre os séculos XV e XVII, e não tem relação direta com as religiões anteriores ao catolicismo.

De acordo com o historiador inglês, Ronald Hutton, que nutre certa simpatia pelo paganismo, a origem do neo paganismo bretão remonta ao século 19, como disse em uma entrevista ao programa Radio National Americana, no dia 17 de julho de 2001, à repórter Rachael Kohn, e que está transcrita no site http://www.abc.net.au/rn/relig/spirit/stories/s313218.htm:

“HUTTON: (...) O que acontece na Inglaterra no século 20 é que as pessoas tentam pular 1000 anos de fé cristã de forma a tirar idéias de mundos antigos, especificamente para os tempos atuais, para o feminismo, a preocupação ecológica, e de crescimento individual.

KOHN: Então você está dizendo que o movimento neopagão atual deve suas origens ao ano 1000, ou seja, à Idade Média?

HUTTON: Eu digo que o movimento pagão moderno deve suas origem aos últimos 200 anos. Você pode começar a notar que as raízes das mesmas idéias citadas acima começaram no movimento Romântico de cerca do ano 1800 onde muitos dos impulsos emocionais e necessidades que produziram o paganismo moderno estavam aparecendo rapidamente.”

Os princípios básicos da Wicca, ou bruxaria moderna, são creditados a Gerald Gardner, na década de 1940, na Grã-Bretanha. Foi este mesmo que proclamou que a Wicca provém de uma religião celta ancestral que sobreviveu ao cristianismo, e que ele fora iniciado por uma família de bruxos. Tal mitologia é muito arraigada entre os seguidores dos cultos neopagãos, tanto que é largamente difundida em seus livros (vide Raymond Buckland, Wicca. Um Estilo de Vida, Religião e Arte, Ed. Nova Era, 2a. edição,2003, pags. 21 e 22), e popularizados no cinema e na literatura, pela na série Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley, e nos livros de Harry Potter, de J. K. Rowling.

Mas hoje isto é largamente contestado por estudiosos do assunto, e mesmo por estudiosos neopagãos. Segundo o recém lançado livro, Voices from the Pagan Census, A National Survey of Witches and Neo-Pagans in the United States, um trabalho de pesquisa e análise de dados conduzidos por Helen Berger, Evan Leach e Leigh Shaffer:

“Os estudiosos do assunto não encontraram evidências para apoiar a noção de que há uma ligação contínua entre religiões pagãs européias e as modernas práticas neopagãs. A noção da Wicca ser uma religião antiga – ou a religião antiga – faz parte da mitologia desta nova religião” (Berger, Leach & Shaffer, Voices of the Pagan Census, University of South Carolina Press, p. 8).

Portanto, é falsa a noção de que as modernas religiões neopagãs sejam descendentes diretas da religiões européias antes da difusão do cristianismo.

Os adeptos da Wicca, que é sem dúvida o maior e mais importante religião Neo Pagã, alegam que suas tradições, rituais e magias, têm vínculo direto com os antigos homens e mulheres “habilidosos”, comuns na Inglaterra do século XIX, que realizavam ‘curas mágicas’, achavam objetos perdidos, etc. (algo similar às populares benzedeiras, que ainda encontramos em algumas cidades do interior no Brasil). Porém:

“Baseado em pesquisa extensiva de folcloristas, Hutton concluiu que as mulheres e homens ‘habilidosos’ que realizavam mágicas para curar, achar objetos perdidos, ou garantir uma boa colheita eram comuns na Inglaterra em todo século XIX. Tais indivíduos eram todos cristãos que iam à igreja e não se consideravam praticantes de uma religião alternativa” (Berger, Leach & Shaffer, Voices of the Pagan Census, University of South Carolina Press, p.11).

Ronald Hutton atribui uma certa maternidade da Wicca a Margaret Murrey, uma egiptologista e folclorista, que criou o mito de que um coven de bruxas secreto sobreviveu ao julgamento e à caça às bruxas no início da idade moderna, e fomentou a crença de que a antiga religião celta cultuava um deus da caça e uma deusa da fertilidade.

Ainda segundo Hutton, o pai da Wicca seria Aleister Crowley, um ocultista famoso do final do século XIX e princípio do século XX, que apresentou um sistema de magia codificado, especialmente magia sexual. Segundo Crowley, mágica é “a arte ou ciência de causar mudanças de acordo com a vontade”, uma definição que é comumente utilizadas pelos círculos neopagãos.

Talvez a raiz mais profunda do neo paganismo moderno seja mesmo o movimento romântico do início do século XIX. Como forma de contraposição à sociedade racionalista moderna, o romantismo tinha as sociedades pagãs como mais puras e autênticas. Com a literatura romântica, o paganismo clássico se tornou objeto de estudo, tonando-se o deus pagão Pan uma figura importante na literatura romântica. O gnosticismo do romantismo acabou fazendo com que a religiosidade gnóstica do oriente começasse a penetrar nos círculos elitistas da sociedade, abrindo-se assim o caminho para Madame Blavatsky e sua sociedade teosófica, que procurava compatibilizar uma pseudo ciência com a filosofia e religiosidade orientais.

E a Teosofia, juntamente com o ritualismo maçônico, deu origem à sociedade Golden Dawn, cujas práticas ritualística foram em boa parte incorporadas pela Wicca, e adotadas pelos Neo Pagãos.

fonte; www.montfort.org.br

WICCA, FEITIÇARIA, MAGIA

Não deixem de ler o trecho do livro de Jefrey Russel, que segue abaixo... Vale muito a pena.

“O que é uma bruxa?

(...)

Respostas mais corretas e úteis são: 1) uma bruxa é uma feiticeira: este é o enfoque antropológico; 2) uma bruxa é uma satanista: esta é uma abordagem histórica; 3) uma bruxa cultua os antigos deuses e pratica magia: este é o enfoque favorecido pelas bruxas modernas. Cada uma dessas abordagens pode ser justificada.

(...)

A mais comum das concepções equivocadas a respeito da feitiçaria é que “uma bruxa é coisa que não existe”. Um congestionamento de outros deve também ser eliminado antes de prosseguirmos em nosso caminho. “Um curandeiro é um bruxo”. De fato, um curandeiro ou médico-feiticeiro pratica magia, mas a sua função é combater as ameaças ou efeitos da bruxaria. “A bruxaria é a mesma no mundo inteiro.” Na verdade, existe uma grande diferença entre a Bruxaria da Europa e a feitiçaria de outras culturas. “A possessão está relacionada com a bruxaria.” A possessão é um ataque interno infligido a um indivíduo por espíritos malignos, uma invasão da psique que faz desse indivíduo um possesso; a obsessão é um ataque físico. Em nenhum dos casos a vítima faz um pacto consciente com o espírito maligno. Na bruxaria diabólica, por outro lado, a bruxa convidou voluntariamente e deliberadamente o espírito maligno através da invocação ou por outros meios. A maioria das bruxas modernas repudia inteiramente semelhante invocação.

“A missa negra é uma parte integrante da bruxaria.” A missa negra é desconhecida na bruxaria histórica européia e rejeitada não só pelas bruxas contemporâneas mas até pelos satanistas. A única época em que a missa negra foi seriamente realizada foi durante o reinado de Luis XIV, e mesmo então não tinha qualquer ligação com a bruxaria contemporânea. “A bruxaria é característica da Idade Média.” A bruxaria européia só surgiu em fins da Idade Média. A grande caça às bruxas ocorreu durante o Renascimento,a Reforma e o século XVII. “As bruxas são, usualmente, mulheres velhas e feias.” Tanto no passado quanto no presente, muitos homens praticaram e continuam praticando a bruxaria, e muitas bruxas são muito jovens e bonitas. “A bruxaria é um tema ridículo e trivial”. Durante a caça às bruxas pelo menos 100.000 pessoas foram torturadas e mortas como bruxas. As crenças em bruxaria tiveram grandes efeitos psicológicos e sociológicos. Antropólogos, psicólogos e historiadores tratam agora a bruxaria como assunto sério.



Mas o que é realmente uma bruxa?

Uma resposta reside nas raízes e no desenvolvimento das palavras.

A palavra inglesa WITCH deriva do inglês arcaico WICCA (pronunciado “witcha” e com significado de “bruxo”) e WICCE (“bruxa” e pronunciado “witcheh”), e do verbo WICCIAN, que significa “enfeitiçar”. Ao invés da crença comum entre as bruxas modernas, não se trata de uma derivação céltica e nada tem a ver com o inglês arcaico WITAN, “saber”, ou qualquer outro vocábulo relacionado com “sabedoria”. A explicação de que WITCHCRAFT significa “arte dos sábios” é falsa.



O termo WARLOCK (feiticeiro) deriva do inglês arcaico WAER, “verdade”, e LEOGRAN, “mentir”. Significava originalmente qualquer perjuro ou traidor. Por volta de 1460, o termo foi equiparado a WITCH. WITCH aplica-se a ambos os sexos. WIZARD, ao contrário de WITCH, deriva realmente do inglês medieval WIS, que apareceu npela primeira vez em cerca de 1440 com o significado de “mago”; nos séculos XVI e XVII designava um mago dotado de poderes sobrenaturais (HIGH MAGICIAN) e só depois de 1825 passou a ser usado como equivalente de bruxo (WITCH).

SORCERER deriva do francês SORCIER, do latim pós-clássico SORTIARIUS, “adivinho” ou “ledor da sorte”. Em francês, SORCIER significa “feiticeiro” (SORCERER) e “bruxo” (WITCH) indistintamente. A palavra inglesa SORCERY (feitiçaria, bruxaria) foi introduzida no século XIV e tornou-se comum no século XVI. Tal como no francês, o vocábulo inglês nunca foi muito claro: ora se refere à simples feitiçaria, ora a alguma modalidade de feitiçaria diabólica.

MAGICIAN (mágico, mago) deriva do francês MAGIQUE, do latim MAGIA e do grego MAGEIA. A palavra grega MAGOS designava originalmente os astrólogos-sacerdotes persas que acompanharam o exército de Xerxes na invasão da Grécia. Usada em inglês nos fins do século XIV, MAGIC (magia) subentendeu freqüentemente um refinado sistema intelectual oposto às práticas mais grosseiras de “feitiçaria”.

Alguns antropólogos não fazem distinção entre bruxaria e feitiçaria. Outros, adotando o critério proposto por Evans-Pritchard, usam uma distinção africana entre magos maléficos que usam objetos materiais como ervas e sangue em seus conjuros malignos que prejudicam outrem por meio de uma qualidade inerente e invisível que possuem. Esses antropólogos designam a palavra inglesa SORCERER (feiticeiro) os primeiros e WITCH (bruxo) os segundos.

A distinção é válida, mas a escolha das palavras é arbitrária. A maioria dos historiadores distingue entre bruxaria européia, a qual era uma forma de satanismo, e a fetiçaria em escala mundial, que não envolve veneração, mas exploração de espíritos maléficos.

A palavra inglesa WICCA, “bruxa”, que aparece num manuscrito pela primeira vez no século IX, tinha originalmente o significado de “feiticeiro” mas, durante a caça às bruxas, foi usada como o equivalente do latim MALEFICUS, bruxo diabólico. As bruxas modernas adotam uma postura muito diferente da dos antropólogos e historiadores. Para elas, a bruxaria é a sobrevivência ou o ressurgimento do antigo paganismo. As bruxas modernas diferem das bruxas históricas porque rejeitam a crença no Deus cristão e no Diabo cristão. Diferem dos feiticeiros em sua ênfase sobre o culto dos deuses, mais do que sobre a magia.

Nenhum desses usos pode ser considerado inteiramente correto. O presente livro usa o termo “feitiçaria” para a feitiçaria praticada em todo o mundo, seja ela benéfica ou maléfica, mecânica ou invocadora de espíritos. E emprega “bruxaria” em referência tanto à bruxaria diabólica da caça às bruxas quanto à moderna bruxaria neopagã.”



Leituras indicadas



Livro:

História da Feitiçaria. Relançado sob o nome de História da Bruxaria. Jeffrey B. Russel
 

SÁBIAS PALAVRAS

 
Há alguns anos, circulava na rede um texto do Claúdio Crow sobre o termo Paganismo e a Wicca, separei um trecho muito bom para dividir com você, para complementar as visões: “Essas tradições originais chegaram ate nós de diversos modos: pela preservação de costumes populares, pelos estudos de sociólogos, lingüistas, arqueólogos, folcloristas, etc, através do sincretismo religioso, pelos tais rincões que preservaram de modo ate certo ponto puro o conhecimento e os mistérios das tradições antigas. Baseados nessas informações, alguns indivíduos ou grupos de pessoas resgataram e reacenderam a chama dos antigos cultos pagãos, dando origem a tradições neopagas -ou seja, uma nova forma de paganismo, inspirada nas antigas tradições, mas sem vinculo direto com elas. Costumo dizer que os bons wiccanos hoje reconhecem os méritos do senhor Gardner como compilador das antigas tradições, mesclando elementos de diversas tradições na formação da Wicca como a conhecemos. Mas a Wicca, por seus méritos intrínsecos, livrou-se de seu criador, e hoje é muito maior do que ele. Para efeito de comparação, vejamos o caso de Thelema. É impossível falar de Thelema sem falar de Crowley. Mas hoje da pra falar de Wicca sem falar de Gardner. A Wicca adaptou-se a sua época, e hj é definitivamente uma religião, que oferece aos que a procuram uma ótima oportunidade de compreender seu papel no universo, compreender que fazemos parte de um todo como um todo, compreender que a vida já é um ato de magia e que, muito mais que um celebrador de rituais ou um lançador de encantamentos, o verdadeiro wiccano é um adorador da vida – ou assim deveria ser. “

FONTE; www.caldeiraodecirce.blogspot.com.br

TOLERANCIA ENTRE OS WICCANS

Aquele bruxo cultua o QUÊ? Por Dylan Siegel TCS




Se você está na comunidade wiccana há algum tempo já deve ter percebido o hábito muito feio de alguns bruxos de criticar indiscriminadamente o trabalho alheio. Caso ainda não tenha tido uma oportunidade de ver esse mau hábito em ação, pergunte em qualquer grupo ou lista de discussão o que os membros acham da autora Eddie Van Feu (que não é wiccana, mas escreve sobre Wicca), da invocação de anjos em ritos wiccanos, do culto a Exu e de considerar Maria uma face da Deusa.

Você receberá opiniões inúmeras, mas garanto que a maior parte delas será inflamada e criticando veementemente os tópicos que mencionei. Interessantemente (ou tristemente), vejo que bruxos gastam uma imensa quantidade de energia discutindo tópicos dessa natureza e argumentando que pessoas que fazem práticas dessa natureza não estão fazendo Wicca. Quando essas discussões chegam até mim, normalmente a minha vontade é perguntar
“E o que você tem a ver com o culto de outro bruxo?”.

Um exemplo da capacidade wiccana de criticar a prática alheia, e que sempre foi popular, é falar mal da Eddie Van Feu. Para quem não sabe, a Eddie é autora de livros sobre Wicca, Bruxaria e Magia e é mais bem conhecida pela publicação da revista Wicca. Os críticos da autora argumentam que ela não pratica Wicca (e a própria Eddie confirma isso), que os livros dela são fracos, que ela faz uma mistureba de Wicca com outras práticas religiosas, principalmente cristãs, e que ela faz iniciações ao fim de alguns de seus cursos pagos. Dois desses argumentos (mistureba e iniciações pagas) incomodam tanto alguns bruxos que aparentemente faz eles se esquecerem de que a própria autora não se considera wiccana. Ela tem a prática dela, Bruxaria eclética, Wicca Eddievanfeuana, ou sei lá, e está seguindo as crenças dela e escrevendo livros sobre o que ela pratica. Porque diabos isso incomodaria outras pessoas?

E a respeito do culto a Maria ou do culto a anjos e orixás? Alguns bruxos argumentam que é um absurdo um wiccano incorporar esses elementos em seu culto e que, na verdade, essa incorporação faz com que o culto dele não seja, na verdade, Wicca. O que acontece em seguida é o assunto virar uma discussão inflamada porque bruxos que cultuam Maria, anjos e orixás sentem-se ofendidos por considerarem-se wiccanos. E quem está certo, no final das contas?

Na verdade, ninguém está certo e todo mundo está certo ao mesmo tempo. Esse hábito de criticar a prática sacerdotal alheia vem de duas características humanas: orgulho, no caso dos críticos, e necessidade de aprovação, no caso dos criticados. Para críticos, não basta simplesmente sentir que seu culto é válido e sagrado, você precisa que as pessoas ao seu redor mudem a maneira delas pensarem e façam tudo da mesma maneira como você faz. Para criticados, não basta ser feliz com a sua prática, as pessoas precisam concordar com o que você faz e verbalizar a concordância delas. É muito, muito difícil encontrar um bruxo que simplesmente não dê a mínima bola para o que os outros pensem da sua prática sacerdotal. A sensação que dá é que a comunidade wiccana está sempre brigando o tempo inteiro por coisas que não tem absolutamente nenhuma importância.

Veja bem, criticar é parte de nossos direitos de liberdade de expressão, mas a Wicca é uma religião de tolerância, então não consigo entender porque incomoda tanta gente a Divindade que beltrano cultua e a entidade que o fulano invoca para o círculo dele. Faz algum sentido pregar veementemente contra o preconceito a homossexuais e discriminar wiccanos que cultuam Maria?

Se você quer celebrar sua Roda do Ano pelas datas do hemisfério Sul, pelo hemisfério Norte ou pelo hemisfério oculto das sendas secretas do antigo caminho das fadas mudas de Pindamonhangaba, vá e seja feliz. Por que eu iria me incomodar com a sua decisão? A prática é sua e eu não tenho o direito de dizer que você está errado. Se você considera errado alguém incorporar elementos cristãos ao seu culto wiccano, isso é um problema seu, não da pessoa. Se você acha que alguém que invoca Exu para seu círculo mágico não é wiccano, ótimo, mas o círculo não é seu, então o problema também não é seu.

Orgulho e necessidade de aprovação são duas coisas que todos os bruxos precisam trabalhar. Críticos precisam aprender a somente dar a sua opinião quando ela for solicitada. Criticados precisam aprender que não é o fim do mundo ter pessoas discordando da sua prática, opiniões divergentes fazem parte da vida. Se você alguma vez já entrou em uma discussão inflamada sobre assuntos do gênero (e isso me inclui), ou sobre a prática sacerdotal de outro bruxo que não tem nada a ver com você, há um longo caminho pela frente rumo à tolerância. Sorte nossa que estamos na religião certa, só precisamos nos lembrar disso.

Bençãos
Dylan Siegel

Para ler mais, acesse: http://caminhosdassombras.org/

SÃO CIPRIANO, VISÃO DE UMA WICCAN

Outro dia entrei numa loja de produtos religiosos para comprar velas e fiquei conversando com a dona, uma senhora muito simpática. Num dado momento, duas jovens de não mais que 17 anos chegaram. Compraram duas taças em formato de caveira, alguns incensos e velas. Quando as duas sairam, a senhora da loja disse que elas eram "wiccas" e que muita gente "wicca" aparecia por lá em busca das taças de caveira e do livro de São Cipriano. Segundo essas mesmas pessoas, realizavam seus rituais em cemitérios.
Eu achei super curiosa e um tanto quanto bizarra a ligação da Wicca com o santo católico. Esse assunto ficou martelando a minha cabeça por dias e dias, até que eu resolvi sentar aqui e escrever um pouco sobre os dois assuntos.
Primeiro falemos de São Cipriano...
Cipriano, pelo que se sabe, nasceu por volta de 250 d.C, e converteu-se ao cristianismo depois de conhecer Justina (que foi canonizada, assim como Cipriano).
Antes de sua conversão, porém, Cipriano estudou ocultismo, dedicando-se a práticas mágicas que, ao que parece, por obra da deturpação inerente à história do paganismo, foram associadas ao demônio.
Muito da obra do referido santo católico foi queimada, dizem, por ele mesmo. O que permaneceu é hoje conhecido como os livros de São Cipriano. Neles estão contidos alguns ensinamentos e algumas bizarrices também. Tive a oportunidade de ler algumas vezes, estudando um pouco a trajetória de Cipriano, arrisco dizer que ali também encontramos deturpações. Teriam sido forjadas pelo próprio Cipriano, após a sua conversão, a fim de atribuir ao demônio a responsabilidade por suas práticas? Talvez. De fato, me parece uma saída bem confortável praticar o que chamamos de baixa magia, colocar a culpa no Diabo e nos colocarmos em posição de vítimas.
As poucas obras de Cipriano que restaram teriam sido alteradas por aqueles que as traduziram? Possível também, vez que na própria bíblia encontramos interpolações. No entanto, um estudo profundo dos originais seria necessário para poder dizer se alterações posteriores foram feitas.
Existe ainda a possibilidade de Cipriano ter realmente estudado práticas deturpadas de ocultismo. Nesse caso, os escritos seriam obra dele mesmo, bem com a cara que se vê hoje.
De qualquer forma, paira em torno desses escritos uma nuvem de mistério, poder oculto e fruto proibido. Tanto que até hoje muita gente acredita dar má sorte possuir esse livro.
Talvez seja esse o motivo de pessoas relacionarem a leitura da obra com a Wicca. A própria Wicca é pouco compreendida e atrai pessoas que buscam poderes mirabolantes, feitiços para amarrar o par, adolescentes rebeldes – muitas vezes sem causa. A maioria desconhece sua origem e seus preceitos. Dentro da própria Wicca poucos aprofundam os estudos, poucos buscam as raízes daquilo que dizem cultuar.
Posso dizer com firmeza o que muitos já disseram: Wicca nada tem a ver com práticas que são associadas ao diabo cristão. Os wiccanos ou wiccanianos não crêem no diabo cristão e, por obviedade, não o invocam em seus sabás.
Pratica Wicca de forma correta aquele que celebra o ciclo vida-morte-renascimento.
Foi bastante difundida por Gardner, Sanders entre outros, e possui elementos de práticas antigas e modernas. Por isso é chamada de neopagã. Talvez resida nos termos “neopagão” e “pré cristão” o cerne de discussões acirradas sobre a origem da Wicca. Porém, são termos que não se confundem.
Neopagão é aquele que pratica alguma das religiões que buscam resgatar práticas pagãs.
Pré cristão é tudo aquilo que veio antes de Cristo, incluindo-se nesse “tudo” cultos.
A Wicca possui elementos pré cristãos? Sim, possui. E não só a Wicca. Diversas religiões possuem. O que acontece é que esses elementos são, muitas vezes, adaptados, remodelados, incorporados a outros, ganham novos significados, novas interpretações. É um processo que ocorre em todo tipo de crença. A religião é moldada conforme os ditames dos seres humanos, seus hábitos, seus medos, seus desejos. Isso não diminui uma crença. Creio que a ânsia humana por uma verdade absoluta seja tão forte, que tendemos a achar que encontraremos essa verdade em algo que veio antes de nós, algo que somente os antigos sábios tinham acesso, algo que se perdeu e que precisa ser resgatado.
Bem... o fato é que não existe uma verdade absoluta dita pelos seres humanos.
A Wicca nasceu sob esse prisma, com certeza.
Certa de que a Wicca é uma religião neopagã e não pré cristã é que digo: Apesar de celebrar também a morte, uma pessoa que pratica Wicca não sacrifica animais, por mais que possamos constatar que civilizações pré cristãs o faziam.
Diante dessas idéias é que volto a perguntar: O que teria a ver uma pessoa que se diz praticar Wicca buscar em São Cipriano algum ensinamento?
Parece que algumas pessoas gostam de viver à sombra do prosaico catolicismo, gostam de se imaginar no fogo da inquisição. Como alguns evangélicos que falam mal dos católicos, mas que crêem num diabo muito mais poderoso que o dos católicos, e que se não fosse esse diabo não conseguiriam encher os bolsos de dinheiro a custa do medo alheio.
Engraçado que, muitas vezes, as mesmas pessoas que compram um livro de Cipriano para fazer rituais em cemitério são aquelas que mandam e-mails indignados sobre reportagens que falam que Wicca, bruxaria, feitiçaria é coisa do capeta.
Que tal começarmos a defender aquilo que acreditamos de forma correta e clara? Estudando de tudo, até Cipriano, se for o caso, mas deixando cada coisa em sua gaveta.
Que tal nos posicionar como pessoas de fato felizes pelo fim da inquisição, cientes da conotação política que essa ação teve no passado?
Que tal nos voltar aos ensinamentos reais de uma religião que cultua a natureza e tudo que ela contém? As trevas, a escuridão, a obscuridade, a destruição, o oculto... Mas também, a luz, o dia, o sol, as cores, os nascimentos?
Que tal aprendermos o que é viver o ciclo vida-morte-renascimento com mais prazer, mais liberdade, mais conhecimento, mais responsabilidade, agindo em prol da Mãe Terra, sem jogar papel ou pontas de cigarro na rua?
Espero que possamos entender que é possível beber água de muitas fontes,e que, embora em todas as fontes encontremos água, o caminho para chegar a cada fonte é diferente, e a água pode adquirir características diferentes de uma fonte para outra.

Bênçãos!
 
RESPOSTA DE UM BRUXO IBÉRICO, PRESTEM ATENÇÃO.(RAVEN LUQUES)
 

12 comentários:

Luciana Onofre disse...
Este texto merece ser difundido e discutido!
Parabéns!

Besos,

Luciana Onofre

Lua Serena disse...
Oi, bruxa!

A gente tem que fazer a nossa parte, né?!

Beijo grd

A bruxa wicca disse...
Nossa, parebens vc é muito sabia no que fala e espoem seu ponto de vista com muita certeza e clareza gosto muito disso em vove.
Muito obrigada por visitar o meu blog e espero que um dia ele possa ser tão informativo quanto o seu.
Parabens...

Kelly Matias disse...
Olá!

Realmente está estória me confunde. Segundo alguns bruxos os ensinamentos de São Cipriano são grandes ensinamentos e mesmo depois de se converter ao cristianismo ele continuou a praticar a Arte, mesclando com os ensinamentos católicos. Será que é a verdade? Amei o blog!

Até!

Kelly Matias disse...
Olá!

Realmente está estória me confunde. Segundo alguns bruxos os ensinamentos de São Cipriano são grandes ensinamentos e mesmo depois de se converter ao cristianismo ele continuou a praticar a Arte, mesclando com os ensinamentos católicos. Será que é a verdade? Amei o blog!

Até!

Anônimo disse...
Olá,

Amei seu texto, coerente e sensato.
Leio "estudo" ocultismo a muito tempo e por mais que eu leia parece que ainda sei muitíssimo pouco.

Parabéns pelo BLOG.

Bjos

CRVA

Anônimo disse...
Parabens!!belo texto e muito esclarecedor!!
acho q hj em dia ha muita comfusão na forma de trasmissão de ideias e textos vinculados na internet, por falta de pesquisa em fontes seguras!

GreennWollf, Maxinne disse...
Lua serena, suas palavras foram perfeitas. Realmente o que a gente tem encontrado de informações contraditórias que deixam muitas confussões é assustador. Mais ainda são os jovens buscando o oculto como forma de se rebelar contra as autoridades. Venho estudando a wicca/bruxaria tradicional e o paganimo desde os 12 anos, e vejo como esta situação parece aumentar cada ano que passa.
um sopro de vida e mais benções para que vc possa nos brindar com suas palavras.

Allan Yoshikawa disse...
Muito bom, esse texto deve mesmo ser difundido para que essas ideias deturpadas que muitos que se dizem Wiccanos têm sem ao menos ter se aprofundado no assunto. Gerando assim uma imagem errônea da nossa religião.
Jes2k Lima disse...
Sua crítica é muito boa e ainda acho válido dizer que essa pessoas não são praticantes de Wicca, na verdade acredito que elas nem se quer estudam a religião, a Wicca não tem nada em comum com coisas macabras ou praticas de rituais em cemitérios.
Raven Luques McMorrigú disse...
Hola Lua, tudo bem?

O que pode ter ocorrido também é um engano da própria dona da loja de artigos religiosos, confundindo possíveis praticantes de Bruxaria com Wiccanos (afinal, nem todos os Bruxos são da Wicca).

E a Feitiçaria de São Cipriano envolve todo um universo cultural mágico-religioso de raiz ibérica medieval, com contributos de feiticeiras e feiticeiros africanos, que ao chegar em Portugal (as tradições mágico-religiosas africanas chegaram em solo europeu muuuito antes de aportarem no Brasil...) acabaram por se mesclar às tradições das Bruxas (os) e Feiticeiras (os) portugueses... e este legado acabou sendo condensado em livros, em grimoires, tais como as várias edições creditadas a São Cipriano, assim como o Livro da Bruxa de Évora, o Livro do Touro Negro, o Livro do Feiticeiro, etc.

São obras que versam sobre Bruxaria Tradicional, em uma de suas tantas vertentes. Não se trata necessariamente de feitiçaria pagã pré-cristã, e muito menos wiccana (e como vc mesma bem lembrou, Wicca é moderna, apesar se possuir elementos de origem pré-cristã).

Realmente, a Feitiçaria de São Cipriano não combina com a magia típica da Wicca, por se tratar de extratos culturais diferentes! Distantes, no tempo e no espaço. Mas, isso tudo só demonstra o quão diversificada e plural é a Bruxaria, antropologicamente falando: Bruxas e Bruxos são livres para praticar os rituais que bem entenderem.

Quanto aos Wiccans, em específico, para se manterem coerentes com a proposta original de Gerald Gardner (criador da Wicca), aí sim devem se adequar àquilo que o Book of Shadows prescreve...

Entretanto, com as propostas ecléticas surgidas nas décadas posteriores, passam a existir inúmeras interpretações, leituras e releituras da Wicca... e assim, hoje em dia ser Wiccan muitas vezes é encarado como algo pessoal, cuja interpretação vai partir da experiência e da percepção do indivíduo... nessas, encontramos as mais diversas variações: Wicca Grega, Wicca Xamânica (com influências culturais de origem nativa norte-americana)... e até mesmo Wicca Cristã e Wicca Satânica!

Concordo ou discordo disso? Nem um e nem outro: não sou Wiccan, sou Bruxo Tradicional Hereditário. Mas o que concluo é que muito bem vinda é a liberdade de crer, ler e interpretar.

Quanto às deturpações que podem advir do abuso de tal liberdade, aí vai de cada qual... concordo que misturar aleatória e inconsequentemente informações culturais de origens diferentes, apenas por mero capricho não pensado, não estudado e não meditado, pode sim ocasionar acidentes de cunho espiritual e energético.

Mas, ainda assim, não é a Arte Bruxa (pouco importando se encarada pela ótica tradicional ou moderna) o Caminho do Vôo sobre o Abismo? E não é a Bruxa (o) aquela/aquele que conseguiu transpor o Abismo, chegando ao Sabá na Colina Oca? Circundado por um Coven ou não, o Caminho Iniciático do Bruxo (a) é pessoal, particular, único, idiossincrático e intransferível... ninguém pode gozar as delícias pelo Peregrino (a)... nem sofrer as consequências de seus passos mau calculados... tais conquistas são do peregrino... e de mais ninguém...

No que toca a São Cipriano, estou produzindo uma palestra sobre a tradição, mito, história e simbolismos envolvendo tal personagem em relação à Bruxaria. O que posso adiantar é: a versão da Igreja Católica sobre a história de tal personagem é UMA leitura. Há outras... inclusive dentre as próprias linhagens de Bruxos Tradicionais... portanto: São Cipriano pode não estar diretamente ligado à Wicca em particular... mas histórica, folclórica e iniciaticamente está sim ligado à Bruxaria de Tradição, em mais de uma de suas vertentes.

Lua Serena disse...
Oi, Raven! :)

Muito bom o seu texto.
Com certeza Cipriano não tem absolutamente nada a ver com a Wicca, no meu entender. Já com a Bruxaria Tradicional, não posso afirmar já que o próprio termo Bruxaria Tradicional é tão controvertido...

O que espero é que possamos ver sua palestra sobre o tema, em breve.

beijos,
Lua

terça-feira, 7 de agosto de 2012

GLORIA IN EXCELSIS DEO E ORAÇOES LATIM


Em Português (lusitane)Em Latim (latine)
InícioInitium
Sinal da Cruz
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amén
Signum Crucis
In nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti. Amen.
Símbolo dos Apóstolos
Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja católica, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.
Symbolum Apostolorum
Credo in Deum Patrem omnipotentem, Creatorem caeli et terrae. Et in Iesum Christum, Filium eius unicum, Dominum nostrum, qui conceptus est de Spiritu Sancto, natus ex Maria Virgine, passus sub Pontio Pilato, crucifixus, mortuus, et sepultus, descendit ad inferos, tertia die resurrexit a mortuis, ascendit ad caelos, sedet ad dexteram Dei Patris omnipotentis, inde venturus est iudicare vivos et mortuos. Credo in Spiritum Sanctum, sanctam Ecclesiam catholicam, sanctorum communionem, remissionem peccatorum, carnis resurrectionem, vitam aeternam. Amen.
Nas contas maiores:
Oração dominical
Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome, vem a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, não nos deixei cair em tentação as livrai-nos do mal. Amém.
Ad grana maiora:
Oratio Dominica
Pater noster, qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum. Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra. Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amen.
Nas contas menores:
Ave Maria
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém.
Ad grana minora:
Ave Maria
Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum. Benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus. Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc, et in hora mortis nostrae. Amen.
Ao final de cada dezena:
Glória ao Pai
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, assim como era no princípio, agora e sempre, Amém.
Ad finem decadum:
Doxologia Minor
GLORIA Patri, et Filio, et Spiritui Sancto. Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.
Ó meu Jesus
Ó, Meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem. Amém
Oratio Fatima
O Iesu mi, dimitte nobis debita nostra, libera nos ab igne in- ferni, conduc in caelum omnes animas, praesertim illas quae maxime indigent misericordia tua.
Meditações do Rosário
Nas segundas e sábados
I. Mistérios gozosos
1o. Mistério – A anunciação do Anjo a Maria
2o. Mistério – A visita de Maria a sua prima Isabel
3o. Mistério – O Nascimento de Jesus
4o. Mistério – A apresentação de Jesus no Templo
5o. Mistério – A perda e o reencontro do menino Jesus em Jerusalém
Meditationes Rosarii
In feria secunda et sabbato
I. Mysteria Gaudiosa
1. Quem, Virgo, concepisti. [Mt
1:18, Lc 1:26-38]
2. Quem visitando Elisabeth
portasti. [Lc 1:39-45]
3. Quem, Virgo, genuisti. [Lc
2:6-12]
4. Quem in templo praesentasti.
[Lc 2:25-32]
5. Quem in templo invenisti. [Lc
2:41-50]
Quintas-feiras
II. Mistérios Luminosos
1o. Mistério – O Batismo no rio Jordão
2o. Mistério – A auto-revelação nas Bodas de Caná
3o. Mistério – O anúncio do Reino com o convite à conversão
4o. Mistério – A transfiguração no Monte Tabor
5o. Mistério – A instituição da Eucaristia
In feria quinta
II. Mysteria Luminosa
1. Qui apud Iordanem baptiza-
tus est. [Mt 3:13, Mc 1:9, Jn 1:29]
2. Qui ipsum revelavit apud Ca-
nense matrimonium. [In 2:1-11]
3. Qui Regnum Dei annuntiavit.
[Mc 1:15, Lc 10:8-11]
4. Qui transfiguratus est. [Mt
17:1-8, Mc 9:2-9]
5. Qui Eucharistiam instituit.[In
6:27-59, Mt 26:26-29, Mc 14:22-
24, Lc 22:15-20]
Terças e Sextas-feiras
III. Mistérios Dolorosos
1o. Mistério – A agonia de Jesus no Horto das Oliveiras
2o. Mistério – A flagelação de Jesus atado à coluna
3o. Mistério – A coroação de espinhos
4o. Mistério – Jesus carrega a Cruz para o Calvário
5o. Mistério – Crucificação, sofrimento e morte de Jesus
In feria tertia et feria sexta
III. Mysteria dolorosa
1. Qui pro nobis sanguinem su-
davit. [Lc 22:39-46]
2. Qui pro nobis flagellatus est.
[Mt 27:26, Mc 15:6-15, In 19:1]
3. Qui pro nobis spinis corona-
tus est. [In 19:1-8]
4. Qui pro nobis crucem baiula-
vit. [In 19:16-22]
5. Qui pro nobis crucifixus est.
[In 19:25-30]
Quartas e Domingos
IV. Mistérios Gloriosos
1o. Mistério – A Ressurreição de Jesus
2o. Mistério – A Ascensão de Jesus ao Céu
3o. Mistério – A descida do Espírito Santo sobre os apóstolos
4o. Mistério – A assunção de Maria ao Céu
5o. Mistério – A coroação de Maria como Rainha do Céu
In feria quarta et Dominica
IV. Mysteria gloriosa
1. Qui resurrexit a mortuis. [Mc
16:1-7]
2. Qui in caelum ascendit. [Lc
24:46-53]
3. Qui Spiritum Sanctum misit.
[Acta 2:1-7]
4. Qui te assumpsit. [Ps 16:10]
5. Qui te in caelis coronavit.
[Apoc 12:1]
Orações para dizer no fim do rosário:
Salve, Rainha, Mãe misericordiosa, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos os degredados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto de vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria. Amém.
V. Rogais por nós Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.
Orationes ad Finem Rosarii Dicendae:
Salve, Regina, matermisericordiae, vita, dulcedo, et spes nostra, salve. Ad te clamamus exsules filii Hevae. Ad te suspiramus, gementes et flentes in hac lacrimarum valle. Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos misericordes oculos ad nos converte. Et Iesum, benedictum fructum ventris tui, nobis post hoc exsilium ostende. O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria. Amen.
V. Ora pro nobis, Sancta Dei Genetrix.
R. Ut digni efficiamur promissionibus Christi.
Ao fim do rosário reza-se a Ladainha de Nossa Senhora:
Ladainha de Nossa Senhora
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Pai Celeste que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho Redentor do mundo que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade que sois um só Deus, tende piedade de nós
Santa Maria, rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,
Santa Virgem das virgens,
Mãe de Jesus Cristo,
Mãe da Igreja,
Mãe da divina graça,
Mãe puríssima,
Mãe castíssima,
Mãe Imaculada,
Mãe intemerata,
Mãe amável,
Mãe admirável,
Mãe do bom conselho,
Mãe do Criador,
Mãe do Salvador,
Virgem prudentíssima,
Virgem venerável,
Virgem louvável,
Virgem poderosa,
Virgem clemente,
Virgem fiel,
Espelho de justiça,
Sede da sabedoria,
Causa da nossa alegria,
Vaso espiritual,
Vaso digno de honra,
Vaso insigne de devoção,
Rosa mística,
Torre de David,
Torre de marfim,
Casa de ouro,
Arca da aliança,
Porta do Céu,
Estrela da manhã,
Saúde dos enfermos,
Refúgio dos pecadores,
Consoladora dos aflitos,
Auxílio dos cristãos,
Rainha dos Anjos,
Rainha dos Patriarcas,
Rainha dos Profetas,
Rainha dos Apóstolos,
Rainha dos Mártires,
Rainha dos Confessores,
Rainha das Virgens,
Rainha de todos os santos,
Rainha concebida sem pecado original,
Rainha assunta ao Céu,
Rainha do sacratíssimo Rosário,
Rainha da família,
Rainha da Paz,
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
V/ Rogai por nós, santa Mãe de Deus.
R/ Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos. Senhor Deus, nós Vos suplicamos que concedais aos Vossos servos perpétua saúde de alma e de corpo; e que, pela gloriosa intercessão da bem-aventurada sempre Virgem Maria, sejamos livres da tristeza do século e gozemos da eterna alegria. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
In finem Rosarii dicitur Litaniae Laurtanae:
Litaniae Lauretanae
Kyrie, eleison.
Christe, eleison.
Kyrie, eleison.
Christe, audi nos.
Christe, exaudi nos.
Pater de caelis, Deus, miserere nobis.
Fili, Redemptor mundi, Deus, miserere nobis.
Spiritus Sancte Deus, miserere nobis.
Sancta Trinitas, unus Deus, miserere nobis.
Sancta Maria,
Sancta Dei Genetrix,
Sancta Virgo virginum,
Mater Christi,
Mater Ecclesiae,
Mater Divinae gratiae,
Mater purissima,
Mater castissima,
Mater inviolata,
Mater intemerata,
Mater amabilis,
Mater admirabilis,
Mater boni Consilii,
Mater Creatoris,
Mater Salvatoris,
Virgo prudentissima,
Virgo veneranda,
Virgo praedicanda,
Virgo potens,
Virgo clemens,
Virgo fidelis,
Speculum iustitiae,
Sedes sapientiae,
Causa nostrae laetitiae,
Vas spirituale,
Vas honorabile,
Vas insigne devotionis,
Rosa mystica,
Turris Davidica,
Turris eburnea,
Domus aurea,
Foederis arca,
Ianua caeli,
Stella matutina,
Salus infirmorum,
Refugium peccatorum,
Consolatrix afflictorum,
Auxilium Christianorum,
Regina Angelorum,
Regina Patriarcharum,
Regina Prophetarum,
Regina Apostolorum,
Regina Martyrum,
Regina Confessorum,
Regina Virginum,
Regina Sanctorum omnium,
Regina sine labe originali concepta,
Regina in caelum assumpta,
Regina Sanctissimi Rosarii,
Regina familiae,
Regina pacis,
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, parce nobis, Domine.
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, exaudi nobis, Domine.
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, miserere nobis.
V. Ora pro nobis, Sancta Dei Genetrix,
R. Ut digni efficiamur promissionibus Christi.
Oremus. Concede nos famulos tuos, quaesumus, Domine Deus, perpetua mentis et corporis sanitate gaudere: et gloriosa beatae Mariae semper Virginis intercessione, a praesenti liberari tristitia, et aeterna perfrui laetitia. Per Christum Dominum nostrum. Amen.